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Lendo os posts anteriores sobre a Espanha e Bilbao, você já deve ter pensado que vale a pena conhecer um pouco deste rico país.

Mas, se você já foi a Barcelona, e não experimentou locar um carro e viajar por outras cidades da Catalunha, perdeu uma ótima experiência. Aluguei um carro na Estação Ferroviária de Barcelona Sants, a principal da cidade. Precisei apenas de uma habilitação brasileira e um cartão de crédito. Em seguida, fui em direção ao sul da Catalunha, pela autoestrada C-32. O caminho é rápido e fácil, principalmente com um GPS. Depois de  menos de 40 Km, chegamos a bela cidade de Sitges, no litoral do Mediterrâneo.

Sitges

A cidade fica encravada em uma bela região litorânea, com cerca de 28.000 habitantes. A cidade é famosa no mundo pelo seu festival de cinema e pelo seu festivo carnaval de rua. Hoje a economia da cidade é baseada no turismo, e por conta de suas praias e faixa litorânea, bares e restaurantes é conhecida como a “pequena Ibiza”. Na alta temporada (verão, carnaval ou grandes eventos em Barcelona), o ideal é procurar fazer a reserva de hotéis com antecedência, pois apesar de uma grande rede de hotéis, a procura pela cidade é muito grande e não é incomum a falta de leitos.

Sitges - Igreja de São Bartolomeu

A Igreja de São Bartolomeu domina a paisagem da praia principal da cidade, além da ampla faixa de pedestres e suas belas palmeiras. O principal programa na cidade é aproveitar o fim de tarde, descansando na praia, ou em bares de fronte a ela, vendo o entardecer, com o sol se pondo no mediterrâneo.

Sitges no final de tarde

Tarragona fica mais ao sul, seguindo pela mesma autoestrada C-32, a cerca de 100 km, e é a capital da província com o mesmo nome. Tem grande tradição histórica cultural, é destino de muitos turistas, tanto por suas praias como por seu patrimônio histórico e artístico. Está junto a outros doze lugares espanhóis que é considerado Patrimônio Mundial da Unesco.

Anfiteatro Romano

A cidade conta com diversos atrativos históricos,  da época do Império Romano, já que sua fundação data do século I d.C. Dentre eles, se destaca o belo Anfiteatro Romano, que ao lado do Mediterrâneo, forma uma bela paisagem. Além dele, o Circo Romano e as ruínas da antiga Muralha, são outras opções de visitas para o final da tarde. Tarragona conta também com um grande Porto comercial, um dos maiores de toda a Espanha.

Aqueduto Romano

Na volta para Barcelona, retornei pela Autoestrada C-31, que costeia o litoral. Subindo e descendo pelas falésias, surgem incontáveis mirantes que sugerem paradas para apreciar o Mediterrâneo azul.

No próximo post, visitaremos a cidade de Barcelona, suas Ramblas, e as incontáveis memórias arquitetônicas de Gaudi.

Bilbao – Espanha

Bilbao é uma cidade da Comunidade Autônoma do Pais Basco, e capital da província de Biscaia e tem cerca de 400.000 habitantes. Fica localizado na região nordeste da Espanha, próximo a fronteira com a França.

Chega-se a Bilbao de trem saindo das principais cidades da Espanha, como Gijon, Madrid, Valladolid, Zaragoza e Barcelona, além de cidades francesas como Bordeaux ou Toulouse.

Saí de Barcelona com direção a Bilbao no trem das 15:40h em uma viagem de 6 hs de duração. Os trens pela Europa são a melhor forma de conexão entre as cidades. Pontuais, com conexões amplas com outros meios de transporte como ônibus, metros ou trens de superfície, facilitam e são uma viagem em si mesmos. A viagem a Bilbao seria curta, apenas para conhecer os principais pontos turísticos da cidade e especialmente o fantástico museu Guggenheim. Sua construção iniciou em 1993, assinado pelo arquiteto americano Frank Gehty e em 4 anos foi aberto ao público. É um dos museus mais visitados da Espanha, e a sua construção gerou mudanças significativas na cidade, com diversas obras de arquitetos de expressão mundial espalhadas pela região.

Fiquei hospedado em um hotel quase em frente ao museu, do outro lado do rio que cruza a cidade. Bilbao possui um sistema de transporte muito eficiente  com trens, ônibus e metrô. Uma das principais linhas de Tram, como são chamados os trens de superfície, une os  museus da cidade ao setor histórico, Casco Viejo, fazendo seu percurso ao longo do Rio de Bilbao.

sistema transporte Bilbao

Uma das coisas mais interessantes na cidade é a língua Basca. Apesar de não ser falada pelas ruas, se trata de uma língua oficial, e por todo lado aparece escrita, especialmente em pontos turísticos ou placas da cidade. Não tem origem latina, e por isso difícil de ser entendida.  É  muito antiga, anterior ao período de ocupação do império romano.

Lingua Basca

Para mais informações sobre as comunidades autônomas espanholas veja o post Espanha (https://turistasemfronteiras.wordpress.com/2012/03/18/espanha/)

A visita ao Museu Guggenheim é obrigatória, nem que seja apenas ao seu redor, para ficar boquiaberto com a arquitetura, e a mistura de materiais. Domina a paisagem, se integra a cidade ao mesmo tempo que choca pela imponência. A cada momento, com a mudança da luz do sol, o seu exterior muda de cor, com sua enorme superfície de titânio, de tons de cinza a tons de cobre.

Museu Guggenheim

No seu interior, 3 andares de exposições fixas ou temporárias, de obra de arte, esculturas e pinturas modernistas. A beleza da mistura arquitetônica por dentro do museu também impressiona, pela quantidade de utilização de espaços, pela utilização da luz natural e pelas formas. Mesmo que você não se interesse muito por arte moderna, a entrada vale pela beleza interna do museu.

Outra vista do Museu

Existem ainda diversos prédios históricos, principalmente na área antiga central da cidade, facilmente acessível a pé ou através do trem de superfície ou as linhas de ônibus.

Ponte ZubiZuri sobre o rio Bilbao

Como tinha pouco tempo na cidade, optei por visitar também o estádio do Atlético de Bilbao, um dos mais antigos da Europa. O Estádio San Mamés, datado de 1913 tem capacidade para 40.000 espectadores. Na sua frente, está sendo construido o novo estádio, que será mais moderno e com capacidade para mais de 60.000 torcedores.

San Mamés - Atlético de Bilbao

O Atlético de Bilbao é famoso por seu estatuto, que só permite jogadores bascos na equipe principal, podendo ser aberto para pessoas que tenham nascido fora, mas que tenham origens Basca. É um dos três clubes espanhóis, junto com Real Madrid e Barcelona, que jamais cairam para a segunda divisão do Campeonato Espanhol de Futebol.

Mais informações sobre a cidade, o Museu Guggenheim e o Atlético de Bilbao:

http://www.guggenheim.org/bilbao

http://www.bilbao.net

http://www.athletic-club.net/

No próximo post, visitaremos as cidades de Tarragona e Sitges, na região sul da Catalunha, próximas a Barcelona.

Espanha

Espanha é um pais europeu situado na Península Ibérica. Seu território principal é delimitado a sul e a leste pelo Mar Mediterrâneo, com exceção a uma pequena fronteira com o território britânico de Gibraltar; ao norte pela França e Andorra e ao noroeste e oeste pelo Oceano Atlântico e Portugal.

O território espanhol inclui ainda as Ilhas Baleares, no Mediterrâneo, as Ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, próximas da costa Africana e duas cidades autônomas no norte de África, Ceuta e Melilla, que fazem fronteira com o Marrocos. Com uma área de 504 030 km², a Espanha é, depois da França, o segundo maior país da Europa Ocidental e da União Europeia.

Devido à sua localização, o território da Espanha foi sujeito a muitas influências externas, até a formação do país. Por outro lado, o próprio país foi uma importante fonte de influência para outras regiões, principalmente durante a Era Moderna, quando se tornou um império mundial que deixou como legado mais de 400 milhões de falantes do espanhol espalhados pelo mundo.Ficheiro:Flag of Spain.svg

Em sua história, destaca-se a colonização romana, iniciada em 218 A.C. Após a queda do Império Romano no século IV, o embrião do território espanhol foi sendo montado através dos visigodos, até a invasão Muçulmana no ano de 711, e que em poucos anos tomou a maior parte da península. Por cerca de 750 anos dominaram a região, cujo nome era conhecido como Al-Andalus. Enquanto a Europa permanecia na idade das trevas, a Andaluzia florescia, cultural, cientifica e artisticamente. As cruzadas cristãs avançaram a partir do norte, culminando com a conquista de Granada em 1492. O Reino da Espanha foi constituído pela fusão dos Reinos de Castela e Aragão em 1469.

A Espanha é hoje uma democracia organizada como uma monarquia e parlamento constitucional. É um pais desenvolvido, com cerca de 50 milhões de habitantes e com nono PIB mundial. É constituída por 17 Comunidades Autônomas e 2 Cidades Autônomas, Ceuta e Melilla, situadas na África, fazendo fronteira com Marrocos. Cada Comunidade possui certa autonomia constitucional, especialmente as 4 históricas –  Galícia, País Basco, Catalunha e Andaluzia. O Espanhol é a língua oficial, mas outras línguas também são faladas em alguns territórios, e podem ser oficiais em algumas das comunidades, como o Catalão, o Basco e o Galego. A Capital e sua maior cidade é Madrid com cerca de 3,5 milhões de habitantes, e a sua moeda é o Euro, da Comunidade Européia.

A principal companhia aérea que liga a Espanha ao Brasil é a Ibéria, com Hub principal em Madrid e diversas conexões para a Europa, Africa e Asia. Além dela, outras duas companhias também realizam voos diários sem escalas, a Tam para Madrid e a Singapore para Barcelona. Não é necessário visto de entrada para brasileiros, apenas passaporte válido.

Nos próximos posts falarei sobre Bilbao, no País Basco, e sobre Barcelona, Sitges e Tarragona, na Catalunha.

Mais informações

http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha

http://www.spain.info/pt

Companhias aéreas

http://iberia.com.br/br

http://www.singaporeair.com

http://www.tam.com.br

Saimos pela manhã cedo em direção a região de Chianti, famosa pelos seus vinhos e suas paisagens. Antes porém, iríamos fazer uma breve parada em uma localidade chamada Monteriggioni, um belo castelo medieval no caminho.

Monteriggioni

A chegada foi surpreendente. Era realmente uma antiga cidade fortificada, com cerca de 3.000 habitantes. Deixamos o carro do lado de fora, e passamos pela entrada da fortaleza e nos deparamos com uma bela cidade de pedras, com vielas, casas, pequenos restaurantes, lojinhas e fontes. Ao largo da fortaleza, exite uma escadaria que dá acesso a uma passarela, onde é possível se chegar a altura da muralha e ter uma bela vista da cidade e da região, com seus belos campos de trigo.

interior da cidade

Dentro da cidade, além de ser possível uma hospedagem rústica, existe também um pequeno museu de armas e armaduras medievais bem interessante.

pelas muralhas de Monteriggioni

Seguimos pelas estradas no interior da Toscana, em direção ao coração do vale de Chianti, a localidade de Greve. Com cerca de 13.000 habitantes, se situa a cerca de 35 km ao sul de Florença, e a 40 km ao norte de Siena, pela pitoreca estrada SR222, conhecida como a Chiantigiana.

vale de Chianti

Até chegarmos a ela, passamos por pequenas cidades, lugarejos e vinhedos, que lembram muito o vale de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. Paramos em algumas vinículas familiares pelo caminho, e aprecisamos ainda mais o sabor da Toscana. Chegamos a Greeve a tempo de um pequeno lanche, e uma visita a um centro de degustação de vinhos e azeites da região.

degustação de azeites

Este centro fica ao lado de uma praça em formato triangular, com vários pórticos e estruturas medievais, onde acontece feiras e mercados familiares da região.

Greve - Chianti

Greve - Chianti

E assim, passou lentamente o dia, sob o sol da Toscana, até chegarmos a cidade de Cortona no final da tarde. Cortona fica na porção leste da Toscana, próxima a cidade de Arezzo e tem cerca de 22.000 habitantes.

Cortona vista do alto da colina

É uma das cidades mais antigas da Itália, e ainda tem ruinas hoje que remontam a seu passado etrusco pré-romano de 3.000 anos. A porção central e antiga da cidade, próximo a Piazza della Republica possui alguns hotéis , lojas e restaurantes. É o local ideal para se ficar e relaxar em um fim de tarde.

centro Cortona

Na piazza existe o prédio da prefeitura e o relógio na torre, que datam do século XII. O Duomo de Cortona possui arquitetura do século XI, e diversos afrescos da renascensa italiana em seu interior. As muralhas etruscas da cidade, e suas antigas ruelas são um belo exemplo da arquitetura e do passdos italianos, e com a vista do alto da colina onde fica situada, Cortona acaba se tornando um dos destinos mais procurados na região.

http://www.comune.greve-in-chianti.fi.it/

     Saimos de Lucca pela autoestrada A11 bem cedo pela manhã, pois tinhamos vários destinos a conhecer neste dia, até a chegada no fim de tarde em San Gimignano, na região de Siena, mais ao sul. Seguimos em direção oeste, para a cidade de Pisa, a apenas 20 km de Lucca. Em uma bela estrada, chegamos a um promontório, onde avistamos o vale abaixo, a cidade ao longe, e a famosa torre inclinada.

Região da Toscana - principais cidades

 

     Pisa é uma das cidades mais conhecidas da Itália, onde muitos turistas vão conhecer, justamente pela belíssima área em torno da torre, chamada de Campo dei Miracol. Além da Torre de Pisa, o Baptistério e a Catedral formam um conjunto arquitetônico impressionante.

Campo dei Miracoli - da esquerda para direita, Baptistério, Duomo e Torre

     Pisa possui cerca de 85.000 habitantes, na foz do rio Arno, próximo ao mar Tirreno.Embora construida para ficar na vertical, a torre começou a inclinar-se logo após o início da construção, em 1173, devido a uma fundação e as caracteristicas do solo. Tem cerca de 56 metros de altura e levou cerca de 177 anos para a construção ser acabada, devido a dificuldades financeiras e guerras longas com cidades da região, como Lucca, Gênova e Florença. Foi do alto da torre de Pisa que segundo a história, Galileu soltou duas bolas de ferro com massas diferentes, provando que o tempo de queda independia de sua massa. Em 1987, todo o complexo foi constituido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.

Torre de Pisa

       Deixamos Pisa em direção sul até a Autoestrada A12, seguindo as placas em direção a região de Chianti e Siena, trocando de estrada na SR429. Passamos por diversas cidadezinhas italianas, paisagens de tirar o fôlego. Nosso destino seria a cidade de San Gimignano, uma autêntica cidade medieval, cercada por muralhas, próximo ao vale de Chianti. 

 

entrada de San Gimignano

       Chegamos a San Gimignano no fim de tarde. Descobrimos que não é possível entrar na cidade com carro, existindo grandes estacionamentos pagos ao lado de fora em três setores. Existem duas entradas principais, e algumas outras menores ao longo de toda a estensão da cidade murada. Escolhemos um belo hotel na praça Cisterna, a principal da cidade, e lá fomos com a bagagem nas mãos. Nossa intenção inicial era pernoitar ali, mas a cidade se mostrou tão incrível, com tão boa localização para as cidades próximas, e ainda com um bônus de uma festa medieval, que acabamos ficando três noites.

uma das diversas ruas da cidade enfeitada para a festa medieval

praça principal da cidade

A bela San Gimignano tem cerca de 7.500 habitantes e [e conhecida como a cidade das torres, vistas já há uma boa distância da cidade.  Embora no passado chegasse a terem existido 72 torres, hoje as 14 existentes dão uma beleza autentica e unica a esta antiga cidade feudal. A cidade tem diversos atrativos, como museus de torturas, a Igreja della Colegiada com seus afrescos, as vistas incríveis de diversos pontos da cidade, incluindo do alto de sua Torre principal,além é claro dos diversos restaurantes e pequenas lanchonetes onde se pode saborear um excelente vinho da região no fim de tarde.

a cidade das Torres

A cidade tem duas praças principais – a Piazza della Cisterna e a Piazza del Duomo, que são praticamente unidas e formam o coração da cidade.

vista do alto de uma das torres

A festa medieval foi um atrativo a parte, e foi uma grata sorte estar na cidade no momento que fariam a celebração. Diversos moradores da cidade vestidos com costumes de época, lanceiros, flecheiros, lutadores…várias lojinhas, desde amoladores de espadas a fazedores de escudos, além de muito vinho, danças e luzes. Era na verdade uma competição entre quatro grupos, com cada cor dominando uma das ruas principais de saiam da Piazza della Cisterna. Assim, existiam os grupos vermelho, azul, verde e amarelo, e a cada competição era uma alegria entre os vencedores. De arco-e-flecha a cabo de guerra, de dia e de noite, uma programação intensa que durou 2 dias, com um show de fogos de artificio iluminando as torres na noite final. Fantástico.

competição de arco e flecha

cavaleiros medievais

San Gimignano é uma jóia medieval, uma cápsula do tempo, no interior da Itália. No próximo post, sairemos da cidade pelo vale do Chianti, saboreando seus vinhos, aromas e cores, em direção a cidade de Arezzo, na região leste da Toscana italiana.


Lucca

Lucca é uma cidade incrível, situada na região a Toscana, entre Florença e Pisa. A maior parte dos turistas passa direto para a vizinha cidade da torre inclinada, e perdem a chance de conhecer uma cidade única, cercada por muros, como uma antiga e ainda viva cidade medieval.

Duomo de Lucca

Tem cerca de 80.000 habitantes, e é cidade natal do compositor de ópera Puccini. A bela jóia medieval da toscana é cercada por muros imponentes, sendo a única cidade italiana com esta particular estrutura. Tente imaginar uma pequena cidade na Toscana, com sua arquitetura típica, construções antigas renascentistas, saborosa cozinha e cercada por altas paredes do século XVI, circulando toda a antiga cidade, e você terá uma breve idéia de Lucca. Hoje pode-se caminhar ou andar de bicicleta em um caminho circular sobre toda a extensão da parede, um programa fascinante para um fim de tarde, talvez com uma taça de vinho nas mãos, para rapidamente conhecer toda a beleza da cidade.

a vida passando calmamente na cidade...

Outra vista incrível da cidade é do alto da Torre Guinigi. Subindo suas antigas escadarias, chegamos ao alto dos seus quase 40 metros, e encontramos além de uma vista de 360 graus da cidade e da região, uma enorme árvore de carvalho no alto da torre.

Lucca vista do alto da torre

A cada esquina, uma vista diferente de uma antiga casa, ou igreja. A cada passo, surgem cenários de filmes ou gravuras, com belas cores e contrastes. Lucca possui algumas praças, mas nada comparada a Piazza Anfiteatro, com sua área circular, cercada por prédios e estreitas passagens. Lojinhas e pequenos restaurantes completam a paisagem.

Piazza Anfiteatro vista aérea

uma das entradas da Piazza do Anfiteatro

A melhor forma de se chegar a Lucca é alugar um carro em Florença e fazer o trajeto até  a cidade de Pisa pela autoestrada A11. É fácil chegar com qualquer mapa ou GPS. E, além disso, com um carro nas mãos, pode-se após sair de Pisa, descer em direção ao coração da Toscana, para o vale de Chianti, e continuar a descobrir o interior da região, suas belas cidades, castelos e vinhos. Existem dezenas de cidades, médias, pequenas, ou apenas lugarejos bucólicos. Para cada tipo de viajante, há uma Toscana para se descobrir. Mas, isto será o tema para o próximo post. Não percam…


“Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado _inacreditavelmente, mas simplesmente_ meu endereço.”
Marcel Proust

Veneza - Grande Canal

É inesquecível a primeira visão de Veneza ao sair da estação de trens. É uma das cidades mais incriveis do mundo. Circundada por centenas de canais, dentro da laguna de Veneza, no golfo Adriático, não há parametro entre outras cidades para espelhar a sua particular beleza. Dezenas de museus, monumentos, sua história antiga está espalhada a cada esquina, a cada ponte, a cada olhar.

Praca Sao Marcos

Praca Sao Marcos - Campanario

Situada no nordeste da Italia, tem cerca de 300 mil habitantes, e recebe todos os anos uma enxurrada de turistas de todos os locais do mundo. Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, no qual sua frota já era uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da Europa, com uma história rica e complexa e um império de influência mundial comandado pelos doges, os líderes da cidade.

mapa Veneza

queda de Constantinopla em 1453 marcou o princípio da decadência. A descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama (1498) e a descoberta da América por Cristóvão Colombo (1492) deslocaram as rotas de comércio e Veneza viu-se obrigada a sustentar uma luta esgotante contra os turcos otomanos. (ver post sobre Istambul).

Grande Canal - Ponte Rialto

É classificada como Património da Humanidade pela UNESCO e entre os principais locais turísticos existentes, a Basílica de São Marcos, na Praça de São Marcos, a Ponte de Rialto sobre o Grande Canal, a ponte dos suspiros e os diversos museus e prédios históricos.

apenas um das centenas de canais

Uma das mais belas vistas da cidade fica no alto do campanário da praça São Marcos. Do alto podemos ver grande parte da laguna, as diversas ilhas, como Murano e Burano. No total são cerca de 177 canais, 400 pontes e 118 ilhas.

Vista do alto do Campanario

O principal meio de transporte na cidade, além do passeio a pé pelas belezas das pequenas ruelas e pontes, são os vaporetos, ou barcos-taxi. Além disso para um passeio mais romântico e com a cara de Veneza, nada melhor que uma gôndola, entre os pequenos canais ou pelo grande canal.

Grande Canal

Um passeio até a ilha de Murano, além de possibilitar conhecer fábricas de vidros, nos leva a uma Veneza do passado, ainda sem a influência da horda de turistas. O passeio de ida e volta ainda possibilita um belo visual do grande canal, e da arquitetura da cidade.

Ilha de Murano

Veneza é uma cidade inesquecível. Para aproveitá-la ainda mais evite a alta temporada européia, e sempre acorde cedo para aproveitar a cidade ainda sem os turistas. Procure sair com o início do amanhecer…você terá a Praça São Marcos apenas para você.

Como chegar

As melhores opçoes para chegar a cidade são pelo aeroporto ou pela estação de trem. Existem linhas diárias saindo das principais cidades da Itália, como Roma e Milão.

http://www.trenitalia.com

http://www.alitalia.com

http://www.comune.venezia.it

http://pt.wikipedia.org/wiki/Veneza

Portugal é um país feito de homens e mar.

Lembrei-me desta frase lida alguns dias antes na revista dentro do
avião. Agora estava de frente ao Atlântico, junto à foz do Rio Tejo e
ao lado do Forte de São Julião da Barra, imaginando a coragem daquele
povo ao se lançar ao mar. Quase 600 anos atrás, portugueses se
lançavam ao desconhecido, em busca de uma passagem para manter o
vigoroso e potencial comércio com as Índias. O caminho antigo, pela
Rota da Seda conhecido desde os tempos de Marco Pólo estava agora
fechado, com a conquista dos Otomanos em Constantinopla.

Imaginava esta coragem do povo deste pequeno e grande país, incrustado
na ponta da Península Ibérica, e quase todo voltado para o oceano. Sua
história, sua vida e seus costumes se confundem com o mar.

Lisboa

A inesquecível viagem de volta ao meu passado havia começado na
véspera. No vôo vindo de Roma, faltando meia hora para a “aterragem”,
a aeromoça fez o convite para ir até a cabine do piloto. Um de meus
primos é piloto da empresa aérea, e havia avisado ao seu colega que
estaríamos em seu vôo, e ele nos fez a gentileza do convite. Faltam
palavras para explicar a sensação de estar na cabine de um grande
avião comercial, sobre Portugal. A sensação era de estar flutuando,
enquanto a frente ia surgindo o oceano e a cidade de Lisboa à direita.
Depois de uma breve curva, avistei os contornos da antiga cidade,
sobrevoamos o rio Tejo, e pousamos. Foi assim que iniciava minha
viagem de “descobrimento” de meus antepassados…

Hoje estava todo o dia em um passeio pelos principais pontos de Lisboa
e Belém. Meus primos Manoel e Esmeralda haviam me feito uma carinhosa
recepção no aeroporto, e mesmo sem conhecê-los antes, parecia que
havia sempre vivido ali, tal era a sensação de família envolvido em
cada gesto, e em cada atitude por parte dos queridos primos
portugueses. Receberam-nos em sua casa, e em sua família. E agora nos
presenteavam com belos cenários entre Cascais e Lisboa.

Cascais

Visitamos Cascais, sua bela região oceânica e suas lojinhas entre
vielas. Fomos depois conhecer Lisboa, seus principais casarios,
avenidas e monumentos. Fomos também ao Parque das Nações, onde fica o
belo oceanário português, e com uma magnífica vista do Tejo e da Ponte
Vasco da Gama. O cenário no Parque é incrível. Toda a área foi
remodelada para a Expo Mundial de 1998, entre seus espaços de beleza
arquitetônicas existem museus, um teleférico, e o oceanário. Famílias
passeavam, crianças corriam e brincavam em um belo espaço de lazer e
cultura.

Parque das Nações - Torre Vasco da Gama e Teleférico

No fim da tarde, fomos a Belém, ver a Torre e o monumento aos
Descobrimentos. A Torre de Belém fica na margem direita do Tejo.
Construída em 1520 para integrar a defesa do rio, exibe diversos
brasões de armas e uma arquitetura medieval. Em 1983 foi declarada
Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Torre de Belém

O Padrão dos Descobrimentos fica bem próximo a Torre, e foi construído
como uma homenagem aos desbravadores de Portugal. O monumento tem a
forma de uma caravela estilizada, com o escudo de Portugal nos
lados.D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas
mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as
estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos.

Na face ocidental encontram-se o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas,
o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores,
cartógrafos e reis. (Fonte – Wikipédia). De seu topo é possivel ver um
mapa mundi antigo com uma rosa dos ventos na praça abaixo.

Padrão dos Descobrimentos

E para fechar o dia com chave de ouro, eis que os primos convidam para
um delicioso pastel de Belém, e em Belém…dificil foi comer apenas
“alguns”…

Pastéis de Belém

Depois de alguns dias com a receptividade calorosa dos primos em
Cascais, com saborosas bacalhoadas, degustadas com o famoso vinho
português, fomos a segunda etapa da viagem. De carro, em direção ao
Norte, a cidade do Porto, nosso primo nos levava ao encontro das
histórias de minha infância, ouvidas em vários momentos na casa de
meus avós.

No caminho, fui mergulhado em pensamentos daquela época. Na incrivel
coragem de um casal, saindo de seu país, sua família, cruzando o
Atlântico em um navio, com dois meninos pequenos, sendo meu futuro pai
o mais velho, com 3 anos de idade.Em busca de outra vida,
provavelmente com sonhos e medo entrelaçados ao desconhecido, a medida
que se aproximavam da baía de Guanabara no Rio de Janeiro. Lá, no novo
mundo, começaram nova vida, cresceram e criaram seus filhos, com muito
esforço e dedicação pessoal. Contando as histórias de sua juventude em
Sao Pedro da Cova e no Porto, meu avô ia criando a minha identificação
com o passado distante além mar. E criava em minha mente a vontade de
um dia visitar Portugal.

Cidade do Porto

Chegamos ao Porto, a antiga casa da família, que ainda hoje permanece
muito pouco diferente de quando o irmão mais velho saiu do lar. Suas
irmãs, minhas tias nos esperavam a frente da casa, e com lagrimas nos
olhos nos deram as boas vindas. Apenas uma delas havia conhecido em
uma viagem ao Rio de Janeiro, mas faziam tantos anos que as lembranças
de suas feições se baseavam apenas em fotos. Muitos abraços em todos
os parentes, e lentamente conhecemos quase toda a família, que nos
tratava tal como celebridades vindas de uma terra distante, tal o
carinho e o laço que nos une. O que mais ficou guardado desta intensa
viagem foi exatamente este enorme carinho, e a sensação de sempre lá
ter estado, tal a força do sentimento, e o prazer da companhia entre
todos os familiares. Apenas quem tem parentes portugueses sabe
exatamente o que estou tentando dizer em palavras…

Porto e Rio Douro

Conhecemos os primos, tios, e a bela cidade do Porto, cortada pelo rio
Douro. De um lado Porto e do outro Vila Nova de Gaia, com seus
depósitos de vinhos e seus barcos de transporte das vinicolas do alto
Douro. Andar pelas ruas, ouvir o português com o belo sotaque de
Portugal, ver os casarios e a vida passar, enquanto saboreávamos um
bacalhau as margens do rio. A tarde foi passando, enquanto
literalmente degustávamos a cidade.

Porto

A cidade do Porto tem uma particular beleza. Sua arquitetura antiga,
suas pontes dobre o Douro, as barcas passando com os barris de vinho.
Tudo lembrava as histórias de meu avô, e o sentimento era de
reencontro comigo mesmo.
Dificil foi ir embora. O dar adeus a todos os carinhosos parentes, que
nos proporcionaram um real conhecimento da palavra família, não aquele
do dicionário, mas o do carinho, do abraço e do olhar. Portugal tem
algo de diferente com os outros países do mundo. Nosso passado e
origens nos tornam a todos uma única família, uma única língua e uma
única história.

Dicas:

Portugal é um país que pode ser visitado em toda a época do ano, mas faz bastante frio no inverno. Várias companhias aéreas fazem vôos do Brasil para Lisboa ou Porto, mas a principal é a companhia portuguesa TAP, que fax vôos das principais cidades do Brasil. http://www.flytap.com/Brasil/PTBR/Homepage

Há vários destinos turísticos além de Lisboa e Porto. As cidades de Coimbra, a região do além Tejo, Trás-os-Montes e Algarve são pequenas maravilhas que valem a pena serem conhecidas. De Portugal é possível conhecer também a costa sul espanhola, as ilhas do Mediterrâneo como Ibiza, além da costa norte africana, como Marrocos. Alugar um carro é uma ótima opção, pois os preços são atraentes e as rodovias bem seguras.

Estive em Istambul, uma das cidades mais incriveis que já conheci, que une dois continentes (Europa e Ásia) e o Ocidente com o Oriente. A cidade é repleta de uma parte importante da história humana, e modificou vários aspectos dela. Hoje, é uma cidade multicultural, européia e asiática, 90% muçulmana, repleta de mesquitas e alto falantes orando para Alá 5 x ao dia, mas que respeita a sua história católica e multireligiosa. Cheia de contrastes tb nas pessoas, alegras e extrovertidas, com mulheres usando burkas e roupas ocidentais ao mesmo lado. A cidade de Bizâncio foi fundada cerca de 667 antes de cristo, por gregos, em homenagem ao seu Rei Bizas. Foi disputada por anos entre gregos e espartanos, e inclusive foi tomada por Alexandre o Grande. Por se localizar entre a Europa e Ásia, que pelo estreito de Bósforo permite o acesso ao Mar Negro até o interior da Rússia atual, além de sua proximidade com a África e com o Oriente Médio, sempre foi importante entreposto comercial.

No ano 191 D.C passou a ser aliada de Roma, e em 330 D.C o Imperador Romano Constantino a batizou de Nova Roma, dividindo a Capital do Império Romano entre Ocidente (Roma) e Oriente (Nova Roma). Entretanto, o nome que acabou se estabelecendo foi Constantinopla (Cidade de Constantino). Constantino foi o primeiro Imperador Romano a reconhecer o Cristianismo e inclusive se convertendo a nova Religião. O Imperador Justiniano iniciou a construção da Igreja Católica Santa Sofia. Roma caiu invadida pelos bárbaros do centro da europa por volta de meados do ano 400 D.C. Constantinopla, com suas enormes muralhas, resistiu cerca de mil anos mais, cedendo apenas após um cerco de vários anos. O turco Otomano Mehmet II invadiu Constantinopla em 1453, e imediatamente converteu as Igrejas Católicas, incluindo a Santa Sofia em Mesquitas muçulmanas.

O Imperio Otomano se extendia por toda a área do antigo Império Romano do Oriente (Impèrio Bizantino), incluindo regiões da Europa Central (Bulgária, Iuguslávia), Turquia e Meio Oriente (Palestina, Egito e Peninsula Arábica). Na 1a Grande Guerra, se aliou a Alemanha, e a Triplice Aliança (França, Inglaterra e Rússia) saiu vitoriosa, terminando o Sultanato. Com a divisão do territorio Otomano, seguiu-se 5 anos de disputas politicas até que em 1923, um militar Turco – Ataturk – proclamou a República da Turquia, iniciando uma série de modificações culturais, políticas e econômicas.

Chegando ao aeroporto internacional Ataturk, já se pode ver pela janela inúmeras mesquitas, com seus minaretes apontando para o céu. Do aeroporto, um serviço de táxi, ou translado já combinado com o hotel, pode te levar direto ao centro da cidade. O ideal para a escolha de seu hotel é ficar próximo a praça das mesquitas, na parte antiga da cidade, no bairro Sultahnameht. Nesta região além de bons hotéis com vista tanto para as mesquitas quanto para o Estreito de Bósforo, existem vários restaurantes, lojinhas de turismo, um pequeno bazzar, lojas de conveniências, e a pé se pode ir aos principais pontos turísticos da cidade. Também na praça se pode pegar o trem de superfície que conecta ao outro lado do Chifre de Ouro, a Torre Gálata e a parte nova da cidade.

As Fotos abaixo mostram o atual museu de Hagia Sofia (Santa Sofia), que já foi Igreja Católica e Mesquita Muçulmana. Do lado de fora vemos os Minaretes caracteristicos das mesquitas, e por dentro a visão impressionante de imagens católicas e muçulmanas juntas. Reparem no topo da parte interna.

As duas outras fotos são da Mesquita Azul, que ocupa o outro lado da praça do bairro de Sultahnameht. Imaginem a Mesquita de um lado e do lado oposto a Santa Sofia, com um imenso jardim repleto de tulipas coloridas e fontes.

Duas fotos de vistas do Estreito de Bósforo que separa a Europa da Ásia e liga o Mediterrâneo ao Mar Negro. A outra foto é da maior cisterna de Istambul. Construida pelos romanos para suportar os diversos periodos de sitio que a cidade era obrigada a aguentar, para armazenar água para a população.

A última parte são os Bazares, como chamam os Mercados Públicos. Fomos nos 2 principais o Bazar Egípcio ou de especiarias, com as suas cores, cheiros e temperos de todo o oriente. E o Grand Bazzar, o maior de todos. Com mais de 4.000 lojas, e 51 ruas, imaginem a quantidade de coisas para ver…cerâmicas, tapetes, roupas, comidas, chás…

Ficou faltando apenas um detalhe, que liga a história de Constantinopla, Istambul e ao desenvolvimento tecnológico humano, e a nós mesmos. Depois da queda de Constantinopla em 1453, os países Católicos da Europa perderam a antiga rota de comércio com o extremo oriente (seda, especiarias). Isto levou a necessidade dos Reinos de Portugal e Espanha a procurarem rotas alternativas, com Vasco da Gama, Bartolomeu Dias (que dobraram a África) e Colombo e Cabral que chegaram as Américas… De Alexandre o Grande, a Capital do Imperio Romano, e ao Império Otomano. Católica e Islâmica. A única cidade que conecta 2 continentes. E que mudou de várias formas a história humana.

Se possível, conheçam Istambul…Cinco dias é suficiente para conhecer e se apaixonar pela cidade, por suas cores, seus cheiros e sabores exóticos. Para pisar na Europa e na Ásia. Um dia ainda volto por lá para conhecer a região da Capadócia no interior da Turquia.

Nos últimos anos, viajar para mim tem sido muito mais que um hábito. Tem se tornado uma meta de curto, médio e longo prazo, e parte importante de minha vida. Tive oportunidade de conhecer diversos destinos, entre Europa, África, Oriente Médio, Ásia e Américas, cada um com suas inúmeras particularidades, culturas, e diferenças que tornam a comunidade humana única.

Fui conhecer a Rússia, país de enormes e vastas regiões, cheia de contrastes. E em pleno inverno.

A idéia de escrever este relato surgiu para auxiliar os viajantes mais experientes, e principalmente, os que não costumam viajar tanto, principalmente para um local tão diferente de nossa realidade quanto à Rússia. Mas, não há o que temer… a viagem será marcante.

Cheguei a Moscou por volta de 18 h e a temperatura estava em -12 graus. Neve por todo o lado… passei pela imigração sem maiores problemas. Já a bagagem não apareceu na esteira (mas o mesmo aconteceu com outras pessoas). Pensei que teria grandes problemas, mas acabei encontrando a mala em uma sala de achados e perdidos. (não tenho a menor idéia do porque as malas foram parar lá. Mas, tentar me comunicar com a senhora do setor já me mostrou que seria engraçado a comunicação com os russos ). O transfer me levou ao hotel. No aeroporto além das opções do trem Aero expresso que leva a estação no centro da cidade (o aeroporto Dedomodevo fica a cerca de 40 km do centro de Moscou), existem numerosos taxistas oferecendo o serviço. Creio que teria feito a escolha de ir de trem até o metro no centro e de lá procurar a estação próxima ao hotel.

A maior dificuldade será com a barreira do idioma. O alfabeto cirílico é totalmente diferente do nosso. Mas, tentando ler diariamente (o que recomendo) as palavras do cotidiano nas placas, hotel e restaurantes, o idioma vai saindo devagar. Mas, não espere que seja comum encontrar na rua, mesmo em comércios ou shoppings, pessoas falando inglês. Às vezes o básico eles entendem, mas muito pouco mesmo. O mais fácil é procurar apontar o que se quer, rir um pouco, ou escolher restaurantes com cardápios em inglês e com fotos.

De uma maneira geral encontrei um povo amistoso, e tranqüilo, que sorria de minhas tentativas de falar russo, ou deles mesmos tentando falar inglês. Na média, não fica nada diferente das grandes capitais européias em termos de relacionamento social entre povos. Alguns eram mais fechados, outros nem se ligavam que eu não entendia nada em russo, mas continuavam falando. Mas a maioria se esforça para se comunicar com você. Também não me senti inseguro em nenhum momento. Não costumo andar de madrugada pelas ruas, mas mesmo a noite em ambas as cidades, senti um grau de segurança igual ao das maiores cidades da Europa. Como sempre, vale a pena utilizar os cuidados básicos no turismo habitual.

As dicas em Moscou:

  • Faça um city tour com um ônibus de dois andares logo no primeiro dia. Ele passa nos principais pontos da cidade, e melhora muito a noção. Ele sai na praça vermelha, e provavelmente no seu hotel você encontrará dicas.
  • Use e abuse do metrô. Apesar de parecer complicado com o alfabeto cirílico, com um mapa na mão fica muito fácil. Existe também um sistema de cores que ajuda muito. As estações são belíssimas, especialmente na linha circular feita na época de Stalin, e os trens vem em intervalos de menos de 1 minuto. Assim, se você estiver perdido não tenha pressa de se achar no mapa. O custo do metrô em Moscou é de 28 rublos em cada vez que se entra, e se pode fazer diversas baldeações de linhas.
  • Na Praça Vermelha, visite a Catedral de São Basílico, o Kremlin, o túmulo de Lênin, o monumento ao soldado desconhecido, o museu de historia natural, as lojinhas, e porque não o shopping GUM para ver que realmente o comunismo acabou. Existe outro shopping subterrâneo em frente ao monumento do soldado desconhecido que tem preços melhores para se comer, com serviços tipo buffet. Normalmente gastei cerca de 30 reais para duas pessoas.
  • Visite a rua Old Arbat, com suas lojinhas de souvenirs e restaurantes. Ela funciona até às 22 horas.
  • Visitei também o Museu Espacial (em frente à estação de metro VDNK) e foi muito interessante.
  • Outra dica para comer é o café XAY3. (Tanto em Moscou como em São Petersburgo). Tem em vários lugares e serve também refeições quentes.

Entre Moscou e São Petersburgo fiz a opção de ir de trem noturno e na volta de trem rápido (Sapsan). É um pouco mais caro do que de avião, mas considerando o tempo que se perde em check-ins, o histórico da aviação russa, e o clima na época que fui, achei a melhor alternativa. Os trens são muito confortáveis e seguros, e fiz as compras dos trechos pela internet sem problemas. Nas estações tem placas em inglês e russo.

As dicas em São Petersburgo:

  • Faca também o city-tour no primeiro dia para se ambientar com a cidade.
  • O metrô também é o melhor meio de transporte, sendo muito menor em linhas do que o de Moscou. Custa 25 rublos por trecho.
  • Com um mapa na mão fica bem fácil caminhar pela cidade.
  • Visite o Hermitage.
  • Ande pelas margens do rio Neva (quando estive por lá estava congelado…)
  • A rua Nevsky ProspeKt e onde se localizam restaurantes, lojas, e serve como referencia entre os pontos turísticos.
  • Visite a Igreja do Sangue Derramado. Não deixe de entrar e se maravilhar com as imagens, todas feitas de mosaicos.
  • Veja a Catedral de São Isaac, o navio Aurora e o Forte de Pedro e Paulo (localizado em uma das ilhas sobre o Neva)
  • Visite Peterhof – fica a 25 km da cidade às margens do Golfo da Finlândia. Os jardins externos são incríveis.
  • Não deixe de ir a uma apresentação de balé, opera ou concerto no Marisnky Palace. Ou a mais de uma…

Não se esqueça de aproveitar a viagem. Um destino como a Rússia vale a pena ser apreciado.